A educação infantil possui especificidade e não deve ser entendida apenas como etapa prévia e preparatória para o ensino fundamental ou momento em que a criança deve ser assistida para possibilitar a entrada ou permanência dos pais no mercado de trabalho. O trabalho pedagógico na educação infantil tem função cultural e social na formação dos educandos, implicando duas concepções fundamentais: cuidar e educar.
A linguagem mais próxima do universo infantil é a brincadeira; é por meio dela que o educando desenvolve capacidades importantes para o seu desenvolvimento, como a atenção, a memória, a imaginação, a imitação, a criatividade, a capacidade de resolver conflitos, e consequentemente se apropria de condições para uma fase adulta mais feliz e reflexiva.
Brincando, a criança recria e interpreta o mundo em que vive; relaciona-se com esse mundo e aprende. Mesmo sem intenção de aprender, quem brinca aprende, até porque se aprende a brincar. Enfim, a criança faz da brincadeira um meio de comunicação, de elaboração, de compreensão, de prazer e de recreação.
Na rotina escolar, o brincar pode ocorrer de duas maneiras: livre e coordenado. O brincar livre acontece de forma espontânea, quando a criança, por si só ou em pequenos grupos, decide a brincadeira sem a mediação do professor. Isso proporciona a manipulação de materiais, a imaginação, a exploração de circunstâncias vividas ou imaginadas, nas quais a criança se torna capaz de imitar as circunstâncias e situações de vida, elaborá-las e, muitas vezes, transformá-las, formando assim sua personalidade.
Nas brincadeiras coordenadas, o papel do professor é de mediador, proporcionando a socialização do grupo, a integração e a participação das pessoas envolvidas, favorecendo atitudes de respeito, aceitação, confiança, solidariedade e conhecimento mais amplo da realidade social e cultural. É fundamental que o (a) professor(a) planeje os objetivos que quer atingir, bem como o tempo e o espaço em que a brincadeira deve acontecer e, ainda, que avalie a atividade proposta.